Homem vive em um navio de cruzeiro há 25 anos: não pisa em terra firme desde 2000

navio bruto

Imagine passar 25 anos da sua vida em um cruzeiro, sem ter que desembarcar para sempre. Essa é a rotina de Mario Salcedo, conhecido como "Super Mario" no mundo dos navios de luxo. Em 5 de janeiro, ele completou sua milésima viagem com a Royal Caribbean, marcando outro capítulo em uma jornada que durou um quarto de século.

Nascido em Cuba e ex-executivo do mercado financeiro, Salcedo decidiu deixar o mundo corporativo em 1999. Cansado de ternos, gravatas e voos intermináveis para atender clientes internacionais, ele encontrou um estilo de vida incomum no mar. Hoje, ele mora em cabanas com varandas, que custam cerca de US$ 101 mil por ano (valor que ele paga trabalhando como gestor de investimentos). Sua rotina? Apenas 5 horas por dia dedicadas ao trabalho, em escritórios improvisados a bordo, e o resto do tempo desfrutando de piscinas, jantares gourmet e paisagens oceânicas.

Mario Salcedo vive no mar desde 2000.Mario Salcedo vive no mar desde 2000.

Mas viver em um cruzeiro não é só glamour. Depois de décadas no mar, Salcedo enfrenta um curioso efeito colateral: ele perdeu sua "estabilidade terrestre". Em entrevista à Condé Nast Traveler em 2016, ele revelou que, em terra firme, seu corpo ainda sente o balanço do navio. "Não consigo andar em linha reta. Sinto-me mais confortável no mar", admitiu. O fenômeno, chamado de "pernas de marinheiro", é comum entre aqueles que passam longos períodos a bordo.

Elaine Warren, fundadora do site The Family Cruise Companion, explica que o cérebro se adapta ao movimento constante do navio. "Muitos passageiros de longa distância relatam que, quando retornam à terra, sentem como se o solo estivesse se movendo. É uma sensação desorientadora", disse ele ao MailOnline Travel. Para Salcedo, no entanto, isso não é um problema. Ele já declarou que não trocaria a liberdade dos cruzeiros pela estabilidade do continente.

Entre investimentos, jantares elegantes e o vai e vem das ondas, "Super Mário" prova que é possível reinventar a vida - mesmo que custe uma fortuna e um pouco de equilíbrio.

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