Adolescente morre após médicos dizerem que sua dor de cabeça era causada por uma infecção de ouvido

Jovem morre após médicos dizerem que sua dor de cabeça foi causada por uma infecção no ouvido

Em outubro de 2024, Jac Sexton, um jovem de 19 anos do sul do País de Gales, Reino Unido, começou a apresentar sintomas que mudariam para sempre a história de sua família. Fortes dores de cabeça, visão dupla, dificuldade para falar e uma completa perda de equilíbrio o levaram a procurar ajuda médica várias vezes. No entanto, seus sintomas foram inicialmente atribuídos a uma infecção no ouvido, consequência de um recente surto de febre glandular. Os médicos prescreveram antibióticos e o mandaram para casa.

A situação, no entanto, piorou rapidamente. Dias depois, Jac desmaiou em casa e foi levado às pressas para o Hospital Prince Charles. Uma tomografia computadorizada de emergência revelou um tumor inoperável do tronco cerebral, confirmando o diagnóstico de glioblastoma (GBM), um tipo raro e agressivo de câncer cerebral. A doença, que mata mais de 10.000 pessoas por ano apenas nos Estados Unidos, de acordo com a National Brain Tumor Society, é conhecida por seu prognóstico sombrio: a taxa média de sobrevivência após o diagnóstico é de cerca de 14 a 14,5 meses.

Jovem morre após médicos dizerem que sua dor de cabeça foi causada por uma infecção no ouvido

O glioblastoma, que também afetou o senador norte-americano John McCain até sua morte em 2018, não tem cura conhecida. O tratamento padrão inclui cirurgia para remover o tumor (quando possível), radioterapia e quimioterapia. No caso de Jac, a localização do tumor impossibilitou a intervenção cirúrgica. Apesar disso, sua juventude e saúde relativamente boa permitiram que ele iniciasse um intenso curso de radioterapia de seis semanas, concluído dois dias antes do Natal.

Os efeitos colaterais do tratamento foram devastadores. Jac perdeu a capacidade de andar, especialmente o controle do lado esquerdo do corpo, além de enfrentar fadiga extrema e dificuldade para engolir. Em janeiro, durante uma crise em casa, ele aspirou comida, parou de respirar e desmaiou. Transportado para o hospital, ele foi colocado em coma induzido. Os médicos alertaram a família sobre o risco de danos cerebrais graves ou insuficiência cardíaca devido à falta de oxigênio.

Contra todas as expectativas, Jac reagiu. Após dias de incerteza, ele começou a responder ao tratamento, foi retirado da sedação e mostrou sinais de recuperação cerebral e pulmonar. Um médico da UTI, com três décadas de experiência, disse que nunca tinha visto um caso com um resultado tão positivo nas circunstâncias.

Jovem morre após médicos dizerem que sua dor de cabeça era causada por uma infecção no ouvido

Transferida para o Noah's Arc Cancer Center no Hospital Universitário do País de Gales, um centro especializado em cuidados paliativos para crianças e jovens, Jac passou cinco semanas recebendo cuidados antes de voltar para casa. Sua família descreveu sua personalidade vibrante e senso de humor, que permaneceram intactos mesmo nos momentos mais difíceis.

Em 25 de fevereiro, no entanto, o jovem morreu em casa, cercado por parentes e amigos. A notícia foi compartilhada em uma página de arrecadação de fundos criada para ajudar com os custos médicos. A família destacou a coragem de Jac, chamando-o de "guerreiro" que lutou até o fim contra uma doença implacável.

O caso de Jac Sexton ilustra os desafios no diagnóstico de condições raras e complexas. Sintomas como dores de cabeça persistentes, alterações visuais e perda de coordenação podem ser confundidos com problemas menos graves, especialmente em pacientes jovens. O glioblastoma, embora raro, requer atenção rápida devido à sua progressão acelerada. Enquanto a ciência busca avanços no tratamento, histórias como a de Jac reforçam a importância de investigar sintomas incomuns em profundidade, mesmo em casos que parecem comuns à primeira vista.

A trajetória do jovem também destaca a realidade de milhares de famílias que enfrentam cânceres agressivos. A combinação de tratamentos invasivos, efeitos colaterais debilitantes e a imprevisibilidade da doença cria um cenário desafiador, onde cada vitória, por menor que seja, é comemorada com esperança renovada.

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