Fonte de energia “ilimitada” é descoberta e poderia abastecer um país por 60.000 anos

Descoberta de fonte de energia "ilimitada" que poderia abastecer um país por 60.000 anos

Os cientistas descobriram uma fonte de energia que pode revolucionar o futuro da humanidade: o tório. Este metal radioativo, encontrado em grandes quantidades na China, tem o potencial de gerar energia suficiente para abastecer o país por até 60.000 anos, de acordo com um relatório divulgado recentemente na revista científica Geological Review. A descoberta coloca o tório no centro das atenções como uma alternativa promissora aos combustíveis tradicionais e até mesmo ao urânio, um material comum em usinas nucleares.

O tório é um metal prateado que existe naturalmente na crosta terrestre. Embora menos conhecido que o urânio, ele tem uma capacidade impressionante: produz 200 vezes mais energia do que a mesma quantidade de urânio. Além disso, os reatores nucleares que usam tório líquido (chamados reatores de sal fundido) têm vantagens significativas. Eles geram uma quantidade mínima de resíduos radioativos, não requerem água para resfriamento - um benefício crucial em regiões com escassez de água - e são considerados mais seguros, pois operam em pressões mais baixas do que os reatores convencionais.

Cientistas descobriram uma fonte de energia 'ilimitada'
Cientistas descobriram uma fonte de energia 'ilimitada'

A China parece estar à frente nesta corrida. O complexo de mineração Bayan Obo, na região da Mongólia Interior, revelou uma quantidade surpreendente de tório em seus rejeitos - resíduos que sobraram da extração de outros minerais. Estima-se que esses materiais descartados contenham cerca de um milhão de toneladas do metal. Para se ter uma ideia do que isso representa, os especialistas calculam que, se todo esse tório fosse convertido em energia, poderia sustentar a demanda elétrica da China por dezenas de milhares de anos.

Fan Honghai, pesquisador-chefe do estudo e membro do Laboratório Nacional de Exploração de Urânio e Sensoriamento Remoto Nuclear em Pequim, apontou que "esses recursos de tório nos rejeitos permanecem completamente intocados". A declaração ressalta o potencial inexplorado de um material que, até agora, era visto como um subproduto inútil. Um geólogo de Pequim, que preferiu não ser identificado, comentou ao South China Morning Post: "Por mais de um século, as nações travaram guerras por causa dos combustíveis fósseis. Acontece que a fonte de energia infinita estava sob nossos pés.

A descoberta pode fornecer energia à China por 60.000 anos
A descoberta pode fornecer energia à China por 60.000 anos

Apesar do otimismo, os desafios técnicos são grandes. A extração de tório de rejeitos requer grandes quantidades de ácido e energia, processos que ainda não são economicamente viáveis em grande escala. Além disso, há preocupações sobre possíveis usos indevidos do material. Embora os especialistas garantam que o tório não é adequado para a produção de armas nucleares – uma vez que não emite partículas facilmente fissionáveis – um controle rigoroso sobre sua aplicação será essencial para evitar riscos.

Outro ponto é a falta de transparência sobre os números exatos. A quantidade total de tório disponível no país permanece secreta, citando preocupações com a segurança nacional. Mesmo assim, as projeções públicas indicam um cenário transformador. Enquanto isso, a China está investindo em pesquisas para dominar a tecnologia de reatores de sal fundido, com testes em andamento desde 2021.

Se os obstáculos forem superados, o tório pode marcar o início de uma nova era energética. Países com reservas do metal, como Índia, Noruega e Estados Unidos, também estão acompanhando de perto os avanços chineses. À medida que o mundo busca alternativas para reduzir as emissões de carbono e garantir suprimentos estáveis, o tório surge como uma possibilidade real - e quase inesgotável - de energia limpa.

Encontre mais matérias na Página Inicial.