Simulação assustadora mostra o que aconteceria se uma agulha viajando à velocidade da luz atingisse a Terra

Simulação assustadora mostra o que aconteceria se uma agulha na velocidade da luz atingisse a Terra

Imagine uma agulha comum, uma daquelas usadas para costurar. Agora, pense nela viajando pelo espaço em rota de colisão com a Terra. À primeira vista, parece inofensivo, certo? Afinal, é apenas um objeto pequeno e fino. Mas tudo muda quando entramos no campo das velocidades extremas. Um vídeo hipotético, criado pelo YouTuber Ridddle e analisado pelo australiano AstroKobi, explora o que aconteceria se essa agulha atingisse nosso planeta na velocidade da luz - ou algo próximo a isso. Os resultados são assustadores.

Para começar, você precisa entender a escala dessa velocidade. A luz viaja a aproximadamente 1,08 bilhão de quilômetros por hora. Comparar isso com algo do nosso dia a dia é um desafio, mas vamos tentar: a rodovia com o maior limite de velocidade dos Estados Unidos fica no Texas, na State Highway 130, onde os motoristas podem dirigir legalmente a 137 km/h. A velocidade da luz é 7,8 milhões de vezes maior. Se a agulha estivesse a 99,9999% dessa velocidade, ela cruzaria a distância entre Nova York e Los Angeles em menos de um décimo de segundo.

Mas o que exatamente aconteceria com o impacto? AstroKobi fez os cálculos. Supondo que a agulha seja feita de ferro e pese 1 grama, a energia liberada no choque seria equivalente a 201 quatrilhões de joules. Para colocar em perspectiva, isso equivale a três bombas Tsar - o dispositivo nuclear mais poderoso já detonado, a 50 megatons. A explosão criaria uma cratera significativa, menor que a de um asteróide, mas ainda assim devastadora. Uma bola de fogo se expandiria por quilômetros, superando em escala até mesmo as maiores armas nucleares já testadas.

No vídeo de Ridddle, três cenários são explorados. O primeiro, mencionado por AstroKobi, já seria catastrófico. A segunda, no entanto, é ainda mais aterrorizante: em vez de explodir na superfície, a agulha penetraria na crosta terrestre, abrindo um túnel para o núcleo. O atrito geraria plasma superaquecido, que se espalharia por todo o planeta. Esse calor extremo acabaria com toda a vida na Terra antes que o próprio planeta fosse dilacerado.

Existe, no entanto, uma terceira possibilidade. Devido à forma alongada e velocidade absurda, a agulha poderia atravessar o planeta de um lado para o outro, como uma bala perfurando uma folha de papel. Nesse caso, o dano seria localizado: um túnel de plasma microscópico, com temperaturas de milhões de graus Celsius, seria formado ao longo do caminho. Apesar da violência do fenômeno, os efeitos globais seriam mínimos – pelo menos em comparação com os outros cenários.

Claro, tudo isso é puramente teórico. Como aponta o AstroKobi, nenhum objeto com massa pode atingir a velocidade da luz, de acordo com as leis conhecidas da física. Além disso, a agulha se desintegraria muito antes de atingir a superfície, devido ao atrito com a atmosfera. Mesmo assim, o exercício mental ajuda a medir o poder das energias cósmicas.

E os objetos reais? Se uma agulha de 35 mm - como as usadas na costura - caísse na Terra a uma velocidade "apenas" próxima da luz (mas ainda impossível na prática), seu impacto seria equivalente à bomba Fat Man de 21 quilotons lançada em Nagasaki em 1945. A destruição seria total no local da colisão e nos arredores.

Essas simulações revelam como a velocidade transforma até mesmo o mais trivial dos objetos em uma ameaça apocalíptica. No espaço, onde não há atmosfera para impedir a movimentação de corpos, até mesmo um grão de areia viajando em velocidades extremas pode liberar energia suficiente para destruir satélites ou estações espaciais. No caso hipotético da agulha, mesmo que a física real impeça o cenário mais extremo, a lição permanece: no universo, mesmo o insignificante pode se tornar monumental - dependendo da velocidade.

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