Você já imaginou passar por uma cirurgia dolorosa para ganhar alguns centímetros de altura? Essa é a realidade de Leon, um jovem de 23 anos que decidiu enfrentar um procedimento extremo para realizar seu "sonho" de medir 1,92 metros. Sua jornada, compartilhada no TikTok, revela os desafios físicos e emocionais de uma técnica polêmica que vem ganhando adeptos nos últimos anos: o alongamento ósseo.
Tudo começou em 2023, quando Leon, que originalmente media 1,71 metros, passou pela primeira etapa do processo. O método escolhido foi o LON (Limb Lengthening with External Fixator), que requer a quebra cirúrgica dos ossos da coxa (fêmur). Após a fratura, pinos e hastes de metal são fixados ao redor da área, com um parafuso externo que o paciente ajusta diariamente. O objetivo? Estique gradualmente o osso à medida que ele se regenera. Imagine apertar um aparelho ortodôntico, mas nos membros inferiores – e com dor intensa.
Cada volta do parafuso adiciona cerca de 1 milímetro por dia. Para atingir os primeiros 10,5 centímetros (de 1,71 a 1,82 metros), Leon passou semanas ajustando o dispositivo, seguidas de meses de fisioterapia para recuperar o movimento. Mesmo assim, o processo está longe de terminar. Em um vídeo recente, publicado em 23 de fevereiro, ele aparece andando com dificuldade, 50 dias após a cirurgia. A legenda revela sua altura atual: 1,84 metros, ainda longe da meta de 1,92 a 1,95 metros.
O procedimento não é exclusivo de Leon. Cirurgiões especializados dizem que a demanda por alongamento ósseo cresceu, especialmente entre os homens que querem ultrapassar a marca de 1,80 metro. Durante uma conversa com um médico em seu perfil do TikTok (@le_tremba), Leon ouviu explicações técnicas: o sistema Betzbone, usado no procedimento, permite que o fêmur seja alongado em até 12,3 centímetros e a tíbia (osso da canela) em até 10 centímetros. No entanto, do ponto de vista médico, recomenda-se cautela - até 10 centímetros no fêmur e 8 centímetros na tíbia.
"Meus clientes costumam escolher entre 8 e 10 centímetros no fêmur", explicou o cirurgião. "A sugestão é observar as proporções do corpo no espelho e parar quando se sentir satisfeito." Apesar de sua flexibilidade, a técnica traz riscos: infecções, desalinhamento ósseo, dor crônica e complicações na recuperação. Além disso, o tempo de reabilitação varia de 6 a 12 meses, dependendo da extensão alcançada.
Leon documenta cada passo nas redes sociais, mostrando tudo, desde sessões de fisioterapia até momentos de frustração. Em um dos vídeos, ele afirma que a decisão veio de uma insegurança antiga: "Sempre sonhei em ser mais alto". Ainda assim, sua coragem divide opiniões. Enquanto alguns seguidores o encorajam, outros questionam as razões para enfrentar tanto sofrimento por razões estéticas.
Atualmente, ele planeja novas cirurgias para alongar a tíbia e chegar a 1,95 metros. Enquanto isso, ele aprende a conviver com limitações temporárias: dificuldade para andar, dependência de muletas e sessões diárias de exercícios para fortalecer os músculos. A jornada de Leon ilustra um fenômeno que desafia os padrões de beleza e reacende os debates sobre os limites da medicina estética.
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